quinta-feira, 23 de abril de 2020

Vamos juntos.




Talvez essa foto não fale muita coisa por si só, mas quando a tirei estava prestes a me sentar para descansar um pouco da pequena volta de bicicleta. Bom, eu aprendi a andar de bicicleta aos 27 anos isso mesmo caro leitor aos 27 anos e me senti muito livre após este marco em minha vida, eu poderia morrer sem viver essa experiência, eu poderia ser mãe sem ter essa experiência e talvez fosse necessário tercerizar a aprendizagem do meu filho quando o momento dele aprender chegasse. 

Existem muitas coisas que eu ainda quero viver e quero muito, sinceramente se eu morresse hoje não ficaria muito contente porque tenho tantos sonhos e tantos desejos para realizar aqui em vida. Deus, anota ai por favor! (Risos) 

Estava em um pequeno parquinho no bairro que atualmente moro em São Paulo quando decidi parar um pouco para beber uma água e conversar com o meu melhor amigo por videochamada. Aquele lugar remeteu a infância que a maioria das pessoas tiveram, eu não tive muitas oportunidades estava preocupada demais em crescer e ser logo "gente grande", mas pasme eu não cresci tanto depois deste tempo então a tarefa em ser "grande" ficou um pouco derrotada (risos) e talvez seja por isso que desde então tenho vivido constantemente uma busca imparável por ser "grande" em outros aspectos já de tamanho somente alcancei meus 1,60cm. 

Crescer dói, já notou que algumas pessoas têm marca do crescimento acelerado? Elas costumam ficar com estrias localizadas quando o crescimento ocorre de forma mais acelerada. Essas marcas são necessárias também para que nós não nos esqueçamos de como ocorreu aquele crescimento, hoje eu tenho algumas marcas espalhadas em meu corpo e alguns erros e acertos e tenho muito orgulho de todas elas. Feliz que em minha coleção de marcas tem algumas de pedal. E você?! Quais marcas você tem espalhado em seu corpo que te remetem lembranças e quais ainda não têm e gostaria de ter? 

Vamos juntos

terça-feira, 31 de março de 2020

Password

Livre interior e prisão exterior, é mais ou menos assim que me senti durante o dia de hoje e pelo que tudo indica ainda passaremos alguns meses em confinamento e nossa rotina ficando cada vez mais de lado. Mesmo com tudo isso me desperta um sentimento de esperança e coragem para o novo tempo, tenho ouvido falar que o mundo está mais bonito lá de cima e que estamos mais bonitos também do lado de dentro. 

Confesso que hoje me senti uma borboleta cheia de medos e confusão, e tudo isso por não poder voar. Sinto que há algo de errado lá fora e que não posso fazer nada, o meu corpo não está atendendo aos meus comandos e minha cabeça controla essa dimensão. Sabe desde quando me mudei para São Paulo foram poucas as vezes que precisei utilizar a minha placa para controlar minha tensão no maxilar, tenho vivido dias calmos por aqui e felizes, mas hoje me bateu uma aflição e não sei explicar qual a razão.

Deus, nos liberte. Gostaria de continuar a minha missão. 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Respirando "ar puro" na avenida paulista

Hoje decretei segurar a respiração, me lembro quando pequena quando me falavam: "Letícia, segura o choro não tem necessidade de chorar." Naquele momento sempre passava um filme em minha cabeça e fazia com que eu pensasse como aquela pessoa sabia calcular a dimensão do meu sentimento e  da minha necessidade de chorar ou não. 
Só a gente sabe o que sente, então segui a vida "engolindo muitos e muitos choros" e em alguns momentos era inevitável ser tão forte então eu chorava e quando isso acontecia acho que chorava todo o choro acumulado. 

Certo dia então descobri que descansar me fazia mais forte e mais destemida e que transformar o choro em respiração e suspiro talvez fosse a melhor solução, descobri que sentar no chão e fazer pirraça não faz de mim uma grande mulher e sim uma menina mimada que gostaria de manter o controle das pessoas e situações, descobri que sorrir quando se tem vontade de chorar com o passar o tempo se torna fácil. 

Estamos vivendo um tempo de pânico e medo, o que devo fazer? A vontade era mesmo de chorar, mas eu digo: Venha, todos aqueles que têm sede venham, pois não lhe faltará a água da vida. 


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O que eu sinto.com




O apê 407 deixará algumas marcas, desde a primeira vez que coloquei os meus pés naquela kitnet de 27m² eu tinha certeza que era aquele lugar que Deus havia reservado para que uma parte do meu propósito se cumprisse. Comecei muito bem, mas com o passar do tempo eu deixei alguns anseios e desejos falarem mais alto e quase me perdi na escuridão novamente. 
O meu apê não tinha cômodos então quando eu queria me esconder, chorar, orar ou até mesmo cantar e por ali tinha uma visita eu ia para o banheiro que não tinha nenhuma ventilação com seu exaustor que fazia um "barulhão" tinha a certeza que ninguém escutaria. Quando era choro eu tomava um banho e se meu olho ficasse um pouco vermelho eu simplesmente colocava a culpa no shampoo. 

Foram 365 dias ao seu lado, naquele metro cúbico quadrado aprendi que nem todos os dias tinha vontade de lavar a louça ou arrumar a cama e que lavar o banheiro uma vez por semana é o castigo mais cruel que se pode sugerir para um ser humano. (risos) 

Os móveis foram comprados pouco a pouco e toda vez que algo mais se encaixava eu agradecia ao nosso bom Deus e até deixava de aceitar alguns convites de saidinhas somente para contemplar o meu lar doce lar. O meu primeiro mês já foi bem desafiador, um dia antes de vencer meu primeiro aluguel fui notificada com desemprego e na sequência diagnosticada com caxumba, muitas pessoas se distanciaram de mim e tantas outras fizeram questão de estar coladinha comigo durante este tempo inclusive algumas delas não tinham certeza se já havia sido contaminadas com caxumba quando crianças e mesmo assim se arriscaram estar ao meu lado. 

Recebi inúmeras visitas e inclusive alguns hóspedes por um tempo e por incrível que pareça vou sentir falta de reclamar que a louça ficou suja, o banheiro que  molhou e o cachorro que cuido mais uma vez comeu o meu chinelo. Recebi a minha mãe pouquíssimas vezes, mas quando ela esteve lá era indispensável, somente ela poderia suprir a falta que estava sentindo naquele dia e naquela hora. 
Reuniões foram realizadas em minha casa e com elas tivemos mais intimidade, confidências, boas risadas, choros, ressaca e teve até gente aceitando a Jesus em uma tarde comum. 

Em particular tive dias péssimos naquela kitnet, dias que fui dormir para que acabasse logo. Eu orei por cura, amor, restauração e por ordem em minha vida e a única certeza que sempre tive durante este tempo era que Deus estava ali e que eu nunca estive sozinha. Hoje eu compreendo que meu tempo neste 27m² findou e que um novo desafio me chamou, ele parece ser a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida e ao mesmo tempo ele tem área 1.521km², área urbana: 11.698 km², elevação: 760 m, população: 12,18 milhões (2018)  e momentos sobrenaturais impossíveis de se calcular. 

Novo tempo seja bem-vindo à minha vida, aperte os cintos que estou pronta para decolar. 

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Sentimento ego.

Você pode ser dono de inúmeros defeitos, mas sou eu quem gosto deles e não lhe peço para que os mude. Você prefere ignorar a minha forma de amar, você não é nada do que gosto, e mesmo assim eu amo, amo quem sou quando estou com você, amo cada detalhe do seu corpo, amo a forma com que consegue me convencer a fugir com você. Amo ter asas e mesmo assim não voar com você. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Volta revolta

Eu ainda parada, naquela mesma árvore, com os mesmos poemas, com o mesmo amor carregado no peito, com a mesma dor e com as mesmas borboletas de antigamente. 
Quando chegará a minha vez de levantar, rasgar os versos, sentir outro amor carregado no peito e conhecer novas borboletas? 
Já peguei outro trem, mas algo sempre me leva a descer em sua estação. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Meu coração parou, mas continuo a respirar...



Breves pulsadas descompassadas, e um amor para lembrar... Sinto sede, frio, um abandono, estou sozinha, em meu leito. As flores que me trouxeram, dêem aos vivos, eles sentem... Eu já não mais!
Quantas vezes eu chorei e você disse que era feito birra de criança, mimada que não ganhou o brinquedo desejado, mas também supérfluo... Produtos substitutos e mais baratos sempre estarão disponíveis no mercado.
Coloquei então meu coração na vitrine da paixão, para quem quisesse comprar... Fim de mês e liquidação, ele levou, e não sei se quer o seu nome, mas ele comprou por vaidade.
Borboletas, vale a pena continuar? Só para voar?