quarta-feira, 25 de maio de 2011

A hora do abraço.




Bonecas não têm nome, tudo isso é irreal você acredita em uma única e verdadeira fantasia. 
Já tive bonecas com supostos nomes: ' Gabryelle, Ludmila, Luana, Mariana, Ana' essas foram as minhas favoritas, lembro do rosto e da roupinha de cada uma, hoje já não sei mais de sua existência, mas lembro de uma que risquei sua face e arranquei cada fio de seus cabelos.Desde então deixei de abraçar a minha mãe, meu pai e meus irmãos. Eu me sentia tão pequena quando os abraçavam, me fazia lembrar de cada boneca e de seus nomes, isso não me deixava crescer, parecia que aquele abraço segurava todo o meu corpo e tinha apenas seis anos. 
Então, Gabryelle, Mariana, Ludmila, Luana e Ana ainda não me esqueci de vocês e de quantos eram os sorrisos que me foram tirados, pode ter certeza quando abraçava por uma boneca, não era uma despedida, era a minha vontade de crescer e virar mãe, ou até mesmo de abraçar a minha mãe. Esses sim eram abraços sinceros, elas tinham até 'certidão de nascimento'. 
Sem notar perdi um boneco, sabe aquele 'Ken' o namorado da 'Barbie', o branquinho das roupas de marca, que era a sensação da 'bonecada' ? Ele foi para a Irlanda e não me abraçou, a hora do abraço chegou, porque hoje sim sinto falta da minha inocência, eu sabia que cada abraço poderia ser uma despedida, e desaprendi.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tudo bem, se não deu certo!



Na hora da oração eu fico analisando quantas pessoas fecham os olhos, quantas se fecham e não falam nada e acabo esquecendo meu objetivo principal que é concentrar em mim mesma e fazer por minha parte, mas trabalho hoje com a opinião de outras pessoas, sou obrigada oferecer para algumas pessoas algumas vantagens e para outras desvantagens.
A realidade é, estou me cansando de tudo isso, deixei algumas coisas para trás e sem precisão, onde está você que me abandou e me deixou aqui tão sozinha?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Dublê careta.


As cenas mais perigosas hoje eu faço questão de vive-las, cega, muda e surda, porque sempre fui tudo isso passivamente. 
Preparei por uma fuga que sinceramente, meus pais, irmãos e vizinhos jamais desconfiariam dessa tal fuga, deixei a minha boneca preferida de lado, e no lugar dela trouxe uma roupa ousada, caso precisasse de um lugar para dormi, meus CD's que eu tomava tanto cuidado arranhei um por um, e todas as minhas cartas escritas por namorados, paqueras, e amigas queimei, pois aquela vida era vivida por um dublê que não se parecia nada comigo! 
Tchau! Fui viver a minha vida sem medo e não há previsão para voltar, mas nunca deixei de sonhar, esta noite sonhei com um abraço e um carinho que foi me permitido uma única vez em vida, Deus o levou e me deixou com saudades, saudades daquilo que nunca vivi. Em meu sonho te abraçava e não o deixava escapar, minhas lágrimas caíram com muita saudade, muitos não acreditaram, mas aquela era a minha única oportunidade de falar: - ''Até fim de semana que vem!'' Já se passaram exatamente vinte e cinco finais de semana, e você não me deu se quer um telefonema para deixar claro que está tudo bem por ai, que essas nuvens não são feitas de algodão e muito menos são doces. 
Quando te encontrar vou te dá o abraço que me faltou em uma despedida.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vendendo sonhos.



Tenho feito inúmeras ligações todos os dias, invadindo a privacidade das pessoas durante seis horas do meu dia, e quantos 'nãos' eu já ouvi, bom eu já perdi as contas. E mesmo assim eu não posso desistir, porque afirmei para quem me contratou, que iria surpreende-lo com a minha dedicação. 
Lá encontro diversos tipos de pessoas, mulheres casadas com filhos, ou sem algumas outras não sabem nem mesmo o nome do pai, mas tem um filho e tem muito amor por ele, isso não faz diferença ela está lá justamente para vê no fim do dia um sorriso de felicidade por estar de volta ao seu lar, e eu? O que tenho buscado lá? 
Eu não tenho filhos, não tenho marido que me busque na parada, não tenho nenhum problema, estou lá porque eu simplesmente não sei  as coisas acontecendo, não sei esperar a minha hora, é como disse para o meu chefe: ' Sou dedicada.', mas não me perguntei quais são os motivos que me fazem tentar atravessar uma ponte, cheia de rachaduras no caminho, mas de uma coisa eu tenho certeza um dia eu chego lá, e encontro o que tanto procuro, e espero pela felicidade ao final. 
Mas com tanto medo de morrer ao atravessar, hoje fiz um seguro de vida com o banco, eles irão me cobrar o valor de R$ 7,00 ao mês, caso me aconteça algo poderão resgatar o valor de R$ 45.000,00 isso por tanto medo de morrer, ou até mesmo de viver nesse mundo, no qual a minha ponte é invisível.