quarta-feira, 25 de maio de 2011

A hora do abraço.




Bonecas não têm nome, tudo isso é irreal você acredita em uma única e verdadeira fantasia. 
Já tive bonecas com supostos nomes: ' Gabryelle, Ludmila, Luana, Mariana, Ana' essas foram as minhas favoritas, lembro do rosto e da roupinha de cada uma, hoje já não sei mais de sua existência, mas lembro de uma que risquei sua face e arranquei cada fio de seus cabelos.Desde então deixei de abraçar a minha mãe, meu pai e meus irmãos. Eu me sentia tão pequena quando os abraçavam, me fazia lembrar de cada boneca e de seus nomes, isso não me deixava crescer, parecia que aquele abraço segurava todo o meu corpo e tinha apenas seis anos. 
Então, Gabryelle, Mariana, Ludmila, Luana e Ana ainda não me esqueci de vocês e de quantos eram os sorrisos que me foram tirados, pode ter certeza quando abraçava por uma boneca, não era uma despedida, era a minha vontade de crescer e virar mãe, ou até mesmo de abraçar a minha mãe. Esses sim eram abraços sinceros, elas tinham até 'certidão de nascimento'. 
Sem notar perdi um boneco, sabe aquele 'Ken' o namorado da 'Barbie', o branquinho das roupas de marca, que era a sensação da 'bonecada' ? Ele foi para a Irlanda e não me abraçou, a hora do abraço chegou, porque hoje sim sinto falta da minha inocência, eu sabia que cada abraço poderia ser uma despedida, e desaprendi.